Arlindo Machado
REVISTA ECO PÓS
ARTE, TECNOLOGIA E MEDIAÇÃO
V. 18, N. 1, 2015
RESUMO: Entre os anos 1960 e começos dos 70, Waldemar Cordeiro, depois de uma rica incursão como um
dos principais artífices da experiência conhecida como arte concreta, iniciou uma das mais inventivas
carreiras como um pioneiro da arte computacional, chamada por ele de arteônica, não apenas
no Brasil, mas também no plano mundial. Cordeiro foi também um dos seus pioneiros no plano
internacional. Muito cedo ele se deu conta de que as formas artesanais de arte iriam sofrer um impacto
sem precedentes com o advento das novas tecnologias (o computador principalmente), a
absorção de processos industriais e a incorporação de novos circuitos de difusão. Dentre os artistas
do Brasil em seu tempo, Cordeiro foi aquele que soube extrair mais consequências dessa convicção.
Embora a maior parte dos pioneiros da “computer art”, nos anos 1960/70, tenham sido europeus e
norte-americanos, Waldemar Cordeiro não apenas descentrou esse movimento, deslocando-o para
fora do Primeiro Mundo, como também soube dar uma dimensão crítica a essa corrente artística,
acrescentando às imagens o comentário político-social.